O The Sock Gap feito pelo You Tube
Benoit Charest - "Les Triplettes de Belleville"
(Nota: Ao minuto 3:16 é boa altura para ir beber um café e voltar aos 5:25)
Novas instalações: http://thesockgap2.blogspot.com
O resultado da minha participação nas mini-entrevistas que o Luis Carmelo tem vindo a publicar no Miniscente pode ser lido aqui. Mas aviso que há coisas mais interessantes a fazer nos próximos dois ou três minutos do que ler o que eu tenho para dizer.
Dizem que Deus quando fecha uma porta abre uma janela.
" (...) Os realizadores portugueses, e outros mais ou menos emprestados, a quem é atribuída oportunidade de fazer filmes repetitivos, não percebo que género de cinema têm como referência ou que retrato parcelar interiorizaram do país que conhecem mal. Escolhem cenários marginais onde uma acção incipiente se desenrola. O cinema português pode ser bom: César Monteiro, Álvaro Morais, João Canijo, Mário Barroso, António Ferreira, João Botelho. Sabem (sabiam, os dois primeiros) ter uma autoria irrepetível e ao mesmo tempo incluir o país, não o evitam. Tanto por conhecer e desenvolver. César Monteiro filmava em Alfama, no Príncipe Real, no Cais do Sodré. Canijo nos bares de alterne do interior. São bons exemplos. E a rua, a serra, o mar, a servir paisagem humana".
Tendo em conta aqueles índios que todos os dias estão a tocar Pan Pipes ali no Rossio, não seria interessante que, um dia, uns tipos vestidos de cowboys ocupassem o outro lado da rua a tocar exactamente a mesma coisa? Será que isso ia provocar um conflito? Lembrei-me disso agora.
E, de facto, é fácil perceber porquê. Todos sabemos que Gandhi usava e abusava da palavra testículos nas suas intervenções públicas, assim como, mais do que uma vez, indicou uma certa classe profissional da Índia como "aqueles filhos da puta". É o problema das referências que escolhemos, se não tivermos cuidado acabamos a admirar um ordinário qualquer e apanhamos um ou outro tique dele. Devem ter sido muitas horas a ler discursos.
"Sou solteiro por opção, o problema é ser por opção das mulheres".
O que é uma chatice para os desfiles de carnaval. Isto depois de ontem terem-se multiplicado as reportagens onde se enaltecia a tradição bem portuguesa (embora em fundo escutasse sempre o «poêra, levantou poêra») dos desfiles. O carnaval «bem nosso» (talvez por ter mulheres de bikini em Fevereiro) tem a sátira social bem presente. Uma espécie de revista à portuguesa ambulante, mas numa versão com a Floribella. Ela que, assim como Carlos Malato, realçou a beleza do carnaval português. Eu fazia o mesmo se me pagassem dois mil contos para andar ali a acenar à multidão, embora considere que ter como companhia um boneco gigante do primeiro-ministro a puxar o cinto ao Zé Povinho seja coisinha que não deve fazer bem à carreira de ninguém. Mas isto sou eu que não percebo nada destas coisas do mundo artístico. Gostei também do pormenor de um canal de televisão ter realçado o sucesso do carnaval com umas entrevistas a uns turistas que asseguravam achar aquilo tudo fantástico. Neste ponto valorizo a sua opinião até porque os entrevistados eram de países onde a tradição de folia é enorme e portanto são bons juízes para avaliar a qualidade do espectáculo. Lembro-me que um casal era da Suécia, terra onde o regabofe de mulheres de bikini na rua e gigantones a gozar com o primeiro-ministro é uma tradição já muito enraizada, e o outro casal era da Ucrania, onde, caros leitores, nem é preciso palavras. Todos sabemos que por aquelas bandas a música brasileira é raínha. Aliás é vê-los por cá nos corredores do Lidl a entoarem o Milla do Netinho. Mas não há chuva que demova o carnaval nacional, por isso, mais logo, espero ligar a televisão e ver outra vez os homens vestidos de mulheres - mas é na reinação, atenção, que eu cá não sou nenhum panilas - e as jovens raparigas de bikini a baterem com os pés no chão e a fazer um ar muito entendido de como quem diz «olha para mim a sambar». Unidos da Tijuca roam-se de inveja!
Ontem Portugal aprovou a interrupção voluntária da gravidez. Hoje a terra tremeu.
Sem palavras de ordem ou pose agressiva a vertente electrónica de Sam The Kid no tema "Sedução", do álbum "Beats Vol.1", de 2002.
"Quando alguém ouve ou lê uma coisa que se tenha escrito, o elogio é invariavelmente dizerem-nos que era aquilo mesmo que tinham pensado. Passam-se meses a observar e a escrevinhar e o leitor agradecido não se contém: «É incrível como você pôs em palavras coisas que eu tinha pensado há muito tempo...!» Fica-se sempre com uma sensaçãozinha de ladroagem. E um eco indesejado daquela cantinela horrenda que asseverava: «Só nós dois é que sabemos.»
Ao contrário da maioria, tenho pena que a campanha acabe. Agora onde é que eu vou encontrar posts que me façam sorrir, muitas vezes dar valentes gargalhadas, como os do Blogue do Não? Por exemplo, ainda ontem, enquanto visitava o blogue, encontrei um post que consistia numa caneta, um boletim de voto e a frase "Salva Vidas". Isto é ou não é hilariante?
Ao que tudo indica as salas de cinema vão ser francamente inovadoras. Na sessão da meia noite, e sem ser necessário recorrer a óculos 3D, vamos ter a impressão que as cenas de assaltos estão a acontecer mesmo ali ao lado.
"Agora, Mamã, sei tudo. Estou aqui no outro mundo e um companheiro que teve a mesma sorte do que eu, disse-me que sim, que foste tu... "
"Mãe, como foste capaz de me matar? (...) Por acaso pensavas comprar uma máquina de lavar ou um aspirador, com os gastos que talvez eu te iria causar?"
"Como poderia eu imaginar que uma mãe fosse capaz de matar o seu filho quando, em casa, não maltratam nem o gato, nem a televisão?"
"Um dia quando estava feliz a brincar no mais íntimo das tuas entranhas senti algo de muito estranho, que não sabia como explicar: algo que me fez estremecer. Senti que me tiravam a vida!... Uma faca surpreendeu-me quando eu brincava feliz e quando só desejava nascer para te amar (...)"