Citando
"Com as amizades nunca compliquei. Tenho amizades de ciclo longo e amizades de ciclo curto. Não demoro muito tempo a perceber se uma amizade recente é de ciclo longo ou de ciclo curto. O período experimental serve para isso mesmo. As amizades de ciclo curto não morrem pela empatia (ou falta dela) mas pelo desinteresse e pelo engano. Nós passamos a vida a enganar-nos. Nos empregos, nos casamentos, nas famílias, nas decisões: porque é não nos enganaríamos nos amigos? Com as amizades de ciclo longo não é assim. Também há enganos e ilusões nas amizades de ciclo longo, mas eles não nos apanham completamente desprevenidos e não pensamos neles como insuportáveis. Como se já estivéssemos à espera desses enganos, como se a imperfeição dos nossos amigos fosse correspondida com a nossa imperfeição. As amizades de ciclo longo conseguem sobreviver ao tempo e à banalidade porque nascem da aceitação de imperfeições comuns. Nunca acabei uma amizade de ciclo longo. Nunca vacilei na aceitação da minha própria imperfeição".
Pedro Lomba no Vício de Forma.
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