Confesso, nunca tive espirito académico

Se há coisa que eu gosto muito nesta altura do ano é das semanas académicas. É uma coisa que me ficou desde os tempos da Universidade quando passava os dias a correr atrás da malta trajada com um taco de basebol pronto a acertar-lhes. Mas não é para aleijar, que eu não sou nenhum insensível, têm apenas de levar uns nove pontos na cabeça, vá dez se tiver comido bem e estiver cheio de energia. Tal hábito levou a que um dia me dissessem em tom sério: "Edgar, tu não tens espirito académico".
Fiquei preocupado, até ao dia em que percebi que espirito académico era achar piada a tunas, andar trajado e frequentar festas em bares do Parque das Nações. Fiquei mais aliviado. Passei até a introduzir a questão como tópico de conversa. Do género: "sabes que eu não tenho espirito académico? Disseram-me há tempos".
Sempre disse que a minha passagem pela Universidade nunca me preencheu totalmente. Regra geral perguntam-me se o curso não era o que eu estava à espera. Quando respondo que não é nada disso e revelo que o que me deixou mesmo incompleto foi o facto de nunca ter conseguido acertar em cheio no gajo da pandeireta - só uma vez acertei-lhe mas foi no braço porque ele era magrinho e com reflexos rápidos - sou mais uma vez alvo de olhares de censura. Tenho de dar por terminado este post porque estou a ver um gajo trajado aqui na rua. Vou lá perguntar-lhe se ele toca pandeireta.