24.4.06

Quanto vale um aperto de mão....

Quando Santana Lopes ganhou as autárquicas em Lisboa uma das suas principais bandeiras eleitorais era visivel um pouco por toda a cidade: "em 6 meses vamos reanimar o Parque Mayer com música e muita animação". Graças a essa bandeira ganhou a simpatia dos adeptos daquele género de teatro que têm o hábito de gritar a plenos pulmões "o parque é nosso" e "a revista é linda". E é sempre bom lembrar que a margem da vitória foram umas escassas centenas de votos. Passaram mais de quatro anos e a única coisa que se viu foi um arquitecto que ficou com os bolsos mais cheios. Ainda na onda das promessas, esse projecto de vital importância para a cidade, designado "uma piscina em cada bairro", só recentemente ficou concluído, anos após o previsto. Nas últimas autárquicas Carmona Rodrigues voltou a considerar o Parque Mayer uma prioridade. Em entrevista recente, afirmou que até final do mandato tudo deve ficar como está. Em época de eleições Carmona Rodrigues referiu ainda que a questão do túnel do marquês estaria encerrada no verão. Na mesma entrevista diz que afinal só no fim do ano ou então em 2007 a coisa terminará. Enquanto que está preparada para breve a inauguração de mais oito salas de cinema no Campo Pequeno o estado em que se encontra o património cultural da cidade está à vista de todos: a questão do espaço dos Artistas Unidos, na Rua Diário de Notícias, no Bairro Alto, contínua sem solução, o Cinema Ávila fechou portas e o São Jorge permanece também encerrado. O Pavilhão Carlos Lopes está ao abandono, mesmo ali ao lado de uma das únicas obras deste executivo: uma bandeira nacional gigante colocada no alto do Parque Eduardo VII. É um facto que as praças de Lisboa voltaram a ter gente e vida nocturna. Mas isso foi na semana passada, altura em que estavam cá os espanhois que, vá-se lá saber porquê, até acham normal espaços tão belos estarem ocupados por pessoas a falar - imagine-se tal ideia - até horas tardias.
Na verdade não estou surpreendido com o cenário em que se encontra a cidade. Era fácil de prever quando em Outubro os votos resumiram-se a penalizar aquele que tinha um ar arrogante e não apertou a mão ao senhor que era engenheiro e percebia de túneis. Sem olharem sequer para as propostas dos restantes candidatos.
Ah mas temos um casino! Com esta é que fiquei desarmado.

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